Nosso Senhor do Faceboock, Amém
Comovente sua situação não? Imaginem as peripécias que passou até encontrar uma tomada debaixo de chuva e num orelhão só para escrever no FB o que lhe estava acontecendo.
Assim aquele desepero não seria em vão.
Além disso, parece que a chuva, a falta de bateria no celular, o excesso de gente que pode viajar no feriado da páscoa que não lhe deixavam sequer uma cadeira, e o outro estúpido que teve mais sorte de ter achado um bebedouro pra desligar e conectar seu telefone, mexeram com a sensibilidade, com a memória a com sua capacidade de raciocínio.
Ele esqueceu das 5 aulas sobre Idade Média que teve na escola há muitos e muitos anos atrás, na qual não se poderia nem imaginar a existencia de telefone, e também esqueceu que na Infraestrutura da Pré-historia, rodoviária e orelhão não podian sequer ser ditos, porque se supõe que a sociedade humana ainda nao tinha adquirido (ou desenvolvido) a linguagem. Junto com esta imbecilidade latente e a necessidade de desabafar, como um condenado que tem que confessar antes de que lhe apliquem a injeção letal, diante da adversidade que vivia sua salvação foi RECLAMAR no Faceboock.
Filosofando a respeito:Se Freud dizía que Deus era um pai ao qual todos os Humanos queriam pegar na mão para se sentirem seguros, provavelmente esse Pai hoje é o Face. A quem se dá a mão quando se recorre ao Face? Não a um pai, mas ao um grupo gigantesco de amigos. É a rede que nos fortalece.O que confessamos no Facebocck, ultrapassou o modelo de confissão cristão, onde se admite a responsabilidade dos pecados diante de um Padre que os perdoa segundo penitencia. Ultrapassou também a confissão moderna diante dos médicos e principalemte do Pscicanalista, que já não perdoa mas assegura uma evolução pessoal do sujetiro ao fazer-se conciente de suas verdades ocultas.
A CONFISSÃO FACEBOCKIANA não tem intermediário, nem perdão, nem julgamento, o único que importa nela é que ninguém se sinta SOZINHO nos seus desabafos.
O objetivo de qualquer frase não é ser lida, é ser comentada, curtida (I Like), e mesmo contrariada. Não se trata do que se diz, do que se pensa, de ter uma opinião, nem de se expor - mesmo que seja um espaço propício para deixar fluir nossos Eus inventados- mas de SENTIR-SE CONECTADO.
Se o Faceboock tem um objetivo é o de formar redes e a NORMA é que cada usuario queira enredar-se. Quando Deleuze diz que o "desejo quer querer", parece sugerir que independentemente do objeto, o desejo precisa existir, enquanto houver desejo haverá consumo, haverá milhões de quereres e isso norteará nossa subjetividade.
Ora, sobre o Faceboock se podería dizer o mesmo, o faceboock quer manter-se como rede. Enquanto o objetivo dos usuarios seja enredar-se, independente dos milhões de temas que ativem os comentários e os "likes" a rede se mantém.
Amém.
Comentários
Postar um comentário