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Mostrando postagens de 2009

Guarda Chuva

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No turbilhão do que chamei de esquizofrenia de grau 3, essa que nos faz ler tudo por causa da solidão, encontrei uma pergunta que me intrigou: (estava no desopiler da Rosi) Alguém conhece algum guarda-chuva que proteja a cabeça contra "quando o mundo desaba"? E eu aqui na áfrica que nunca chove fiquei a me perguntar: Alguém conhece um guarda-chuva que proteja a cabeça da angústia de que "tudo está suspenso, parece que vai cair no proximo segundo, mas não cai?" E não adianta me mandarem derrubar de uma vez porque no fundo ninguem quer que caia.

Esquizofrenia 3

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--> Assumida a cura, algumas luminárias doadas, outras abandonadas, a vida deslocada geograficamente e a abundância de calor e sol todos os dias formam um quadro novo e ausente de qualquer voz externa. Já sabia que um dia poderia voltar a ouvir os objetos, so que pensei poder me safar. Não lhes dava ouvidos, nao lhes deixava aproximar. Nem mesmo aos baobás com a imponência e o aspecto de sábios anciãos dei crédito de proximidade. Porem, conseguiram ser muito mais sutis, já estavam a gritar e eu sequer havia percebido qualquer indicio de seu retorno. Muito mais incisivas, mais falantes, mais confusas, mais femininas e, paradoxalmente, silenciosas. Eu deveria ter imaginado. A solidão iria despertá-las. Tudo se passou quando voltei a escrever. E desta vez não escrevi a lápis, nem dei espaço para escutar objetos, passei a escrever no computador e logo já publicava na rede. A fineza de agora é que já não falam por si, falam pelos outros, pelo que os tantos outros dizem e escrevem.

Esquizofrenia 2

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A ultima vez que escrevi jà faz muito. Sei que sempre estou meio ausente nesta metamorfose entre borboleta e casulo, entre a ansia de ter algo para dizer e a certeza de que tudo ja foi dito, e pior: da melhor forma que poderia. Por essas e outras razões mantenho-me no siléncio absurdo de quem observa e, sobretudo, escuta. As luminarias andei distribuindo_ e é importante que se ressalve aqui que "distribuir" não significa entregar aleatoriamente sem critério algum, principalmente por se trarem de objetos bem mais que luminàrias, como bem se sabe_ e do casulo desteci algumas partes e boboletei para outro continente. Aqui ainda nao sei a que objetos dar ouvidos. Por enquanto mantenho-me no Inexpressivo _ como ja foi melhor dito por ela e não por mim_ Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que

Esquizofrenia

Tudo começou com a mania de escrever a lápis. Queria escrever um conto sobre escrever com lápis, sobre como a escrita poderia ser mais pura e poderia “fluir” mais livremente se no papel pudesse deslizar essa mistura ereta e linear de madeira e carvão comum em todas as sociedades e classes do planeta. Comprei um pacote de lápis, apontei lápis, escrevi a lápis, pintei a lápis, investi nas lembranças da infância, depois nos sonhos, passei paras imagens das últimas viajens e ao final minha tese foi refutada. Contudo, na mesma semana, paralelamente ao enorme trabalho à lapis, um fenomeno estranho sucedeu na casa, algo é claro que só consegui perceber muito mais tarde, afinal encontrava-me muito ocupada com a tarefa que me havia proposto. Nos momentos que não estava escrevendo arrumei algumas coisas na casa, e acabei por embucetar a casa inteira. A embucetada se deu por causa de umas luminárias japonesas, sabe aquelas esferas de papel de seda com motivos japonesese e arcos de arame be